Para que possamos sentir o paladar e o sabor da vida dos tempos modernos, como brasileiros e inclusive os nordestinos, que já são encontrados nos quatro cantos do mundo, precisamos acima de tudo girar o mundo.
E muito difícil compreender a evolução dos tempos modernos se não arredarmos o pé do terreiro da tapera.

Da esquerda para direita: o caçula Vagner (07), O CONTADOR- Aparecido, (06) O MESTRE EM ARTES MARCIAIS; – Antônio (03) O FARMACÊUTICO – Manoel , (01) SERVIDOR PÚBLICO – Dona Maria Olindina- a RAINHA DOS LIRA- (matriarca) – José (02) – o (Zeca), Técnico em eletrônica , e padeiro – Nivaldo (04) ELETRICISTA INDUSTRIAL e mediador da família e o Gilvan (05)- Caminhoneiro , abençoado. 7 homens e sete histórias.
O século 21 exige de qualquer terráqueo, seja ele letrado ou não, uma visão mais ampla do mundo em que estamos vivendo.
Não somos mais, apenas moradores da roça, da cidade, da tribo ou da aldeia. Cada um de nós, nestes novos tempos tornamo-nos cidadãos do mundo.
Apesar da fragilidade da geração deste século, os escravos dos produtos industrializados, desde o refrigerante aos fot. food. Não podemos jamais perder a esperança de que o Brasil vai dar certo.
Temos tudo, primeiro para erradicarmos o analfabetismo do Brasil e depois erradicarmos a pobreza.
Por mais que a geração de 50 aos 80 e as que alcançaram o final do século vinte, tenham tido abalos nas suas expectativas com a atual geração, há de se entender, que nem tudo está perdido.
A globalização trouxe seus males, mas também os seus benefícios. Basta entendermos que atualmente, graças aos avanços tecnológicos do mundo moderno, erradicar o analfabetismo, embora seja responsabilidade primordial dos governos democráticos, passou também a ser uma responsabilidade social. E se na maioria dos lares brasileiros já temos um celular e a internet. Este fato se jutifica
Ampliar a educação também passou a ser uma responsabilidade de todos nós. E certo é, que só pela erradicação do analfabetismo brasileiro através da educação, nossos compatriotas de qualquer classe social terão a possibilidade de adquirirem uma nova visão do muno moderno.
Até aqui, neste artigo, me atentei à algumas nuances dos tempos modernos, para então, adentrar ao sentido completo e exemplo de uma nova realidade, exemplificada em um fato real, para o qual se volta este texto.
A rainha da qual falo é dona Maria Olindina, mãe de sete filhos, que há mais de cinquenta anos, deixou o agreste nordestino, no estado de Pernambuco, com três meninos, ainda muito pequenos e rumou para o noroeste do Paraná, na verdade eram quatro meninos, mas o primogênito ficou no nordeste, com o compromisso de ser padre.
Lá no Paraná, na década de 60, nasceram outros três, Gilvan, Aparecido e Vagner, completando os sete homens.
O patriarca, seu Gessé, era analfabeto e foi convidado pelo cunhado, um espertalhão, para ajudá-lo no desbravamento do então noroeste Paranaense.
O tempo passou e o primogênito de Dona Maria, aquele que deveria ser padre, desistiu da batina, e foi juntado mais tarde aos outros três paranaenses. Quando se somaram os sete homens.
É preciso dizer, que educado em estilo bastante diferente. no convento de padres, onde passou sua infância e início da adolescência, entre o altar das santas missas, ao chegar ao Paraná, o primogênito de Dona Maria, não se adaptou a vida rude de seus irmãos no campo, o que gerou razões para desentendimentos entre ele e o patriarca Gessé.
Por outro lado, não muito tempo depois, esta semente de Dona Maria, foi importante para intermediar novos rumos na vida dos outros irmãos, que aos poucos foram deixando o campo e influenciados por ele, mudaram-se para a vida urbana, onde vivem até hoje.
O patriarca Gessé, se foi na década de 80, ele era um homem frágil e a pneumonia e a cirrose não o perdoou. Seu Gessé, fumava, bebia e se alimentava mal.
A vida continuou e a matriarca Dona Maria, viúva de fé, professora primaria, que sempre foi o esteio da família. Dona Maria, não chegou a cursar se quer a escola normal, mas sempre foi aplicada a leitura e praticamente se tornou uma autodidata.
Lecionou por longos anos numa escola primária patrocinada pela Paroquia de sua igreja no Nordeste, e por outros anos na Fazenda dos Velosos, onde morou no noroeste do Paraná.
De uma integridade impar, sempre orando a seu DEUS, com muita coragem, foi educando com sua sabedoria de matriarca muito abençoada. Manoel, o Jose (Zeca), o Antônio, o Nivaldo, o Gilvan, o Aparecido e o Vagner.
Para cada semente do seu ventre, uma benção, para cada benção uma oração por dia, o resultado tem sido, sete homens, sete histórias e sete destinos de lutas e vitórias que completam a missão de uma heroína, que hoje, aos 85 anos, soma em seu rosário de vida, nada menos que sete filhos, 18 netos e três bisnetos.
Manoel, se deu as letras e há mais de três décadas é servidor publico no estado de Mato Grosso, José, (Zeca), técnico em eletrônica, correu o mundo e aprendeu com os tombos, pai de seis filhos, leva uma vida simples e sabe fazer de tudo um pouco.
Antônio, o nosso (TOTA), dedicou-se ao ramo de farmácia, é um excelente farmacêutico, pai de duas filhas e muito dedicado à família, teve um papel fundamental na família de Dona Maria, quando o patriarca Gessé se foi.
Nivaldo é a ponte de ligação entre todos da família, estudou até o segundo grau, iniciou o curso de história e dedicou-se a eletrônica industrial, pai de um filho, que é orgulho do pai e de toda a família Lira.
Gilvan, o primeiro paranaense, pessoa amável, não gostou muito de estudar, mas sempre aguerrido, nunca enjeitou trabalho, dos mais rudes aos mais leves, desde que fosse referencia para sustentar sua família. Pai de cinco filhos, bem educados, atualmente, ele vive na estrada e passeia em casa, percorrendo o Brasil, como caminhoneiro abastecendo a nação em tempos de crise e de bonança.
Aparecido, o segundo paranaense, o nosso super-herói, ainda na infância se impressionou com os super-heróis da tv, dos desenhos animados entre ouros, influenciado pelo mano Zeca, dedicou-se as artes marciais, atualmente com alguns títulos estaduais e até internacionais. Dedica-se ao ensino de arte marcial, mas também aprendeu outros ofícios dignos, no ramo de confeitaria, algo que está no DNA da família, seu Gessé, era doceiro e padeiro, Zeca e Aparecido apreciam a arte dos pães e dos doces.
E o Vagner, o nosso caçula, o menor de todos e o maior em nossa estima, respeito e consideração. Vagner, também se deu as letras, fez faculdade de Contabilidade, hoje é contador profissional, tem uma linda esposa que é também formada em contabilidade, os dois são dedicados aos números. Um casal abençoado e pais de duas lindas meninas.
Este artigo que pode até parecer estranho aos olhos de muitos de nossos leitores, mas tem uma importância significativa, por registrar parte da historia de uma família,que há cinco décadas partiram da agreste pernambucano ao eldorado paranaense, na esperança de recomeçar sua história, e DEUS, o DEUS que esta família sempre acreditou e adorou os abençoou até aqui. Gratificando e abençoando as orações firmes e fiéis da matriarca dona Maria Olindina.
Para os que vivem esta história, têm a plena convicção, que do ponto de vista da lógica, pela sua origem paupérrima, jamais poderiam chegar aonde chegaram no presente século. Mas é possível compreender pela fé, que quando há humildade, honestidade, coragem e iniciativa. Deus conduz o resultado final, trabalhando a sua maneira.
O exemplo da sobrevivência dessa família é uma prova palpável e indiscutível, de que, quando com honestidade e disposição fazemos a nossa parte, por mais dura e incompreensível que nos pareça à vida. DEUS age em benefício dos que lhes são fieis.
Por fim, vale ressaltar que esta história real, tem seu significado fundamental, na educação que sempre habitou à alma e o espirito de uma humilde professora primária do nordeste. Dona Maria Olindina da Cruz, que não sucumbiu com os maus tratos da seca nordestina, nem do marido analfabeto. Superou a fome, a inanição e como um milagre dos céus, fez se multiplicar o seu pouco conhecimento de professora primária do Nordeste na vida de sua geração.
Atualmente, com 85 anos, Dona Maria Olindina, a nossa rainha, vive cercada de suas sete sementes, seus sete homens, dádivas que recebeu de Deus e que até aqui nenhum deles se perdeu nas mazelas que devastam o nosso mundo moderno dos humanos.
São sete, homens, sete bênçãos de Dona Maria, sete histórias de vida, da qual ela se deleita de agradecimentos todos os dias, ao seu DEUS, orando e abençoando a vida de cada um.
A cada um, ela tem um conselho, a cada um ela dedica uma oração e de cada um ela recebe a reverencia e o respeito que lhes é devido.
Dona Maria Olindina, a senhora é, e será sempre a nossa rainha, esteja certa de que cumpriu com muita competência e sabedoria a sua missão. A senhora é um exemplo e uma razão principal para seguirmos a seu DEUS. A senhora é, e será sempre amada pelos seus sete homens, pelos seus 18 netos, pelos seus três bisnetos. E por outros descendentes que virão.
Quero aqui, antecipar com carinho e muito amor, essa homenagem à senhora, em nome dos outros seis irmãos, dos 18 netos e dos seus três bisnetos, pelos seus próximos 86 anos que se completarão agora no mês de abril.
ETERNA RAINHA, que teu DEUS, que também é o nosso DEUS, te dê sempre muita sabedoria, paz e luz. Nosso eterno parabéns, Dona MARIA. Nossa mãe, nosso exemplo.
Por Manoel Lira Netto- Bacharel em Direito – Repórter –Servidor público estadual em Mato Grosso
E com muito orgulho o primogênito de Dona Maria Olindina da Cruz.